Publicado em 11/08/2025 às 08:26,
Francisco André, morador de Sidrolândia e criador de gado leiteiro, viu a produção diária crescer em 900% ao longo dos anos, saltando de 70 para 700 litros. A evolução ocorreu com o apoio do Senar/MS e ajuda dos filhos, Ian Mateus e Andrei.
“Tudo que a gente faz aqui no sítio, fazemos juntos. Na hora da ordenha ou na época de plantio e fazer silagem, eles estão comigo no dia a dia. Não estaria firme do jeito que estou hoje se não fosse a presença dos meus filhos. Assim como o Senar também nos ajudou a alavancar toda nossa produção”, afirma Francisco.
A história começou no Assentamento Eldorado, onde a ordenha era manual, feita no barro, sem máquinas ou facilidades. Pai e filho mais velho tiravam leite “no braço”, enquanto o mais novo, Andrei, crescia já em uma fase ligeiramente mais estruturada. “Sempre rezei para Deus para que nunca faltasse o pão na mesa da minha família. E nunca faltou, porque nunca tive preguiça de trabalhar”, conta.
Essa dedicação encontrou eco nos filhos. “É dele que aprendo a importância da honestidade, do estudo, do trabalho e do respeito à vida no campo”, diz Andrei. “Ter ele por perto, trabalhando junto assim, me ensina demais sobre as coisas da vida”, acrescenta.
Em 2017, o trabalho ganhou um novo parceiro: o Senar/MS, por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). O primeiro passo foi mudar a alimentação do rebanho, com manejo de pasto e silagem de milho. “Pegavam no pé porque eu tinha muita vaca para pouca produção”, lembra Francisco, em tom de brincadeira.
Veio então a orientação para realizar duas ordenhas diárias. Cético no início, ele decidiu testar. “Eu tinha vaca que só produzia 12 litros diários, a partir do momento que começamos a melhorar a alimentação e fazer duas ordenhas, esse animal passou a produzir 28 litros já de início”, recorda.
O resultado foi expressivo: de 70 litros por dia, a produção chegou a 700 litros, impulsionada pelo manejo aprimorado, alimentação reforçada e aumento na frequência de ordenhas. “O que resume nossa relação com o Senar é o conhecimento. Eu sempre mexi com pecuária leiteira e achava que sabia como funcionava, mas desde o início da assistência, adquiri muito conhecimento que eu não tinha. Vi que dava certo, vi que era possível chegar ao meu objetivo”, afirma.
Com mais conhecimento e orientação técnica, vieram melhorias na infraestrutura: ordenha mecanizada, resfriadores, trator, ensiladeira e outros equipamentos que tornaram o trabalho mais ágil. O sonho agora é atingir mil litros de leite por dia.
Francisco guarda com carinho as palavras do primeiro técnico do Senar/MS que o atendeu, Chico, já falecido: “Quem tem família bem estruturada, religião e não tem preguiça de trabalhar, consegue tudo o que quer”. Ele completa: “E quem tem assistência técnica do Senar, voa alto”.